Ensaio sobre a cegueira: José Saramago, o arauto de um mundo em pandemia
DOI:
https://doi.org/10.37508/rcl.2020.n44a408Palavras-chave:
José Saramago, Boaventura de Sousa Santos, pandemia, ensaiosResumo
A ideia principal deste artigo é promover uma leitura de pontos bem específicos presentes no livro Ensaio sobre a cegueira (2008), do escritor português José Saramago (1922-2010), e no recente livro do professor e pesquisador português Boaventura de Sousa Santos, A cruel pedagogia do vírus (2020), para dialogar com aspectos que a obra de Saramago teria antecipado em relação a uma possível situação de pandemia, sobretudo a inabilidade de alguns gestores e a inevitabilidade do confinamento e seus efeitos. No contexto da obra, trata-se de uma epidemia de cegueira branca. É notável como algumas situações que Saramago produz em seu ensaio podem ser percebidas em relação à pandemia e ao isolamento social em razão do Covid-19. O recorte feito para essa abordagem pretende discutir, na obra de Saramago, a percepção de que as personagens estavam sob uma epidemia de cegueira, seu contágio e a deflagração do estado de isolamento a que foram submetidas. Assim, visando a uma interação entre a ficção e a realidade contextual que atravessamos, justifica-se este artigo. Para tanto, pretende-se relacionar preferencialmente as situações iniciais imaginadas por Saramago em seu romance-ensaio a uma reflexão sociológica, in loco, do fenômeno da pandemia real, realizada pelo professor português Boaventura de Sousa Santos.
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Referências
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