Mattos, Malta ou Matta?, O romance policial pioneiro de Aluísio Azevedo

Autores

  • Julianna de Souza Cardoso Bonfim Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.37508/rcl.2022.n47a482

Palavras-chave:

romance-folhetim, romance policial, periódicos

Resumo

Em fins do século XIX, época de efervescência dos romances urbanos, um crime de difícil solução, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro, inspirou a publicação do romance-folhetim Mattos, Malta ou Matta? – sem autoria – pela revista A Semana. O mistério transpôs a narrativa e chegou à realidade: durante bastante tempo, manteve-se desconhecida a autoria do folhetim. Quanto ao crime, ele não foi desvendado, mas, tempos depois, a autoria do romance foi atribuída ao já insigne escritor naturalista Aluísio Azevedo. Contemporâneo à literatura da chamada Escola de Enigma, de Edgar Alan Poe e Arthur Conan Doyle, Aluísio inaugura, no Brasil, com Mattos, Malta ou Matta? um gênero já em ascensão na Europa, mas, até então, inédito no país: o romance policial. Apesar de algumas similitudes com seus contem­porâneos estrangeiros, a narrativa de mistério do autor brasileiro guarda suas peculiaridades, transgredindo o gênero e quebrando as expectativas do leitor, tornando-se, assim, um marco da nossa literatura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Julianna de Souza Cardoso Bonfim, Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro

Doutora em Literatura Portuguesa pela UERJ, com tese intitulada “A prosa de A. P. Lopes de Mendonça no quadro do roman­tismo português: romance, crônica, crítica e escritos biográficos” (2019) e atua como professora na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.

Referências

ARARIPE JUNIOR, Tristão de Alencar. Obra crítica de Araripe Junior. Volume II (1888- 1894). Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, Casa de Rui Barbosa, 1960.

AZEVEDO, Aluísio. Mattos, Malta ou Matta? Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

BAKHTIN, Mikhail. “Epos e romance”. In: Questões de Literatura e de estética. São Paulo: Hucitec/ Unesp, 1988.

BORGES, Jorge Luís. Borges oral. Trad. Rafael Gomes Filipe. Lisboa: Vega, s/d.

BOSI, Alfredo. Araripe Júnior: Teoria, crítica e história literária. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos; São Paulo: Edusp, 1978.

BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 3.ed. São Paulo: Cultrix, 1984.

CHIARA, Ana Cristina de Rezende. “Uma leitura delicada... ou o cadáver fede – a propósito da leitura de Mattos, Malta ou Matta?, romance-folhetim de Aluísio Azevedo”, in. Cadernos do Congresso Nacional de Linguística e Filologia, Série VII, no. 09. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: . Acesso em: 25 maio 2011.

ECO, Umberto. Pós-escrito a O nome da rosa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

FANINI, Angela Maria Rubel. “Os romances-folhetins de Aluísio Azevedo: aventuras periféricas”. Tecnologia e Humanismo, Curitiba. V. 01, n. 27, 2004. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/pdf/30366971.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2021.

PIGLIA, Ricardo. O laboratório do escritor. Trad. Josely Vianna Baptista. São Paulo: Iluminuras, 1994.

POE, Edgar Allan. Ficção completa, poesia & ensaios [em um volume] / organizados, traduzidos e anotados por Oscar Mendes com a colaboração de Milton Amado; precedida de estudos biográficos e críticos por Hervey Allen, Charles Baudelaire e Oscar Mendes de uma breve cronologia e de uma bibliografia; ilustrações de Eugênio Hirsch e Augusto Iriarte Gironaz. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.

REIMÃO, Sandra Lúcia. O que é romance policial. São Paulo: Brasiliense, 1983.

TODOROV, Tzvetan. As estruturas narrativas. Trad. Leyla Perrone- Moisés. São Paulo: Perspectiva, 1979.

VERÍSSIMO, José. História da Literatura Brasileira – De Bento Teixeira a Machado de Assis, 1963.

WATT, Ian. A Ascensão do Romance. Trad. Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

Downloads

Publicado

2022-08-14

Como Citar

de Souza Cardoso Bonfim, J. (2022). Mattos, Malta ou Matta?, O romance policial pioneiro de Aluísio Azevedo. Convergência Lusíada, 33(47), 65–88. https://doi.org/10.37508/rcl.2022.n47a482