“Há um mundo que se quebra quando eu falo”: a emancipação do corpo feminino em O silêncio, de Teolinda Gersão
DOI:
https://doi.org/10.37508/rcl.2022.n48a492Palavras-chave:
O Silêncio, Teolinda Gersão, Representações contemporâneas da subjetividade, Ficção Portuguesa Contemporânea, Autoria Feminina, século XXResumo
Encontrar-se existindo no mundo em permanente diálogo consigo mesmo e com os outros é um dos temas recorrentes na ficção portuguesa contemporânea de autoria feminina, que assinala a construção da subjetividade. A tensão entre existência e linguagem torna-se representativa dos problemas metafísicos inerentes à condição humana, uma vez que “não nos contentamos em viver: precisamos saber o que somos, necessitamos comprendê-lo para dizer ao outro ou para nós mesmos aquilo em que nos vamos tornando”. Em O silêncio, de Teolinda Gersão, a inexistência do amor entre um homem e uma mulher resulta da separação das consciências, do cruzamento de dois mundos que não se tocam e da impossibilidade da fala.
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