Que delícia de nação! A comunidade imaginada por Carlos Malheiro Dias no final do Oitocentos
DOI:
https://doi.org/10.37508/rcl.2023.n50a530Palavras-chave:
memórias, Caoleção Malheiro Dias/RGPL, Identidade, Literatura oitocentista, MestiçagemResumo
O artigo tem por objetivo analisar as razões do apagamento do romance A Mulata (1896), de Carlos Malheiro Dias (1875-1941), com produção, circulação e consumo no Brasil. O escritor português, ao representar, a seu modo, o Brasil através da recorrente imagem estereotipada vinculada às mestiças, acabou por contradizer um projeto de nação “imaginado” por políticos, intelectuais e artistas no final do século XIX. A controvérsia atraiu tanto a atenção dos leitores, fazendo com que o romance fosse reeditado poucos meses após a sua primeira publicação, quanto da crítica, que fez com que o “romance de fogo” fosse maldito nas páginas dos jornais. Como o romance e o autor encontram-se bastante obliterados, a pesquisa na Coleção Malheiro Dias/RGPL é incontornável para as análises pretendidas.
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