Que delícia de nação! A comunidade imaginada por Carlos Malheiro Dias no final do Oitocentos

Autores

  • Andreia Alves Monteiro de Castro Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) http://orcid.org/0000-0002-2586-6789
  • Nicole Christine Costa Ferreira Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

DOI:

https://doi.org/10.37508/rcl.2023.n50a530

Palavras-chave:

memórias, Caoleção Malheiro Dias/RGPL, Identidade, Literatura oitocentista, Mestiçagem

Resumo

O artigo tem por objetivo analisar as razões do apagamento do romance A Mulata (1896), de Carlos Malheiro Dias (1875-1941), com produção, circulação e consumo no Brasil. O escritor português, ao representar, a seu modo, o Brasil através da recorrente imagem estereotipada vinculada às mestiças, acabou por contradizer um projeto de nação “imaginado” por políticos, intelectuais e artistas no final do século XIX. A controvérsia atraiu tanto a atenção dos leitores, fazendo com que o romance fosse reeditado poucos meses após a sua primeira publicação, quanto da crítica, que fez com que o “romance de fogo” fosse maldito nas páginas dos jornais. Como o romance e o autor encontram-se bastante obliterados, a pesquisa na Coleção Malheiro Dias/RGPL é incontornável para as análises pretendidas.

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Biografia do Autor

Andreia Alves Monteiro de Castro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

É Professora Adjunta de Literatura Portuguesa e de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa no Instituto de Letras da UERJ (2019). Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2017). Mestra em Literatura Portuguesa pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2010). Graduada em Letras-Português e Literaturas de Língua Portuguesa - pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). Co-líder do grupo Pesquisas Literárias Luso-Brasileiras do Real Gabinete Português de Leitura. Membro associado ao Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Nicole Christine Costa Ferreira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

É Graduanda em Letras-Português e Francês pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Bolsista de Iniciação Científica (CNPq) no projeto “Brasil, Nação Mulata: Memória, Corpo e Identidade”, coordenado pela Prof.ª Andreia Castro. Membro do grupo Pesquisas Literárias Luso-Brasileiras, sediado no Real Gabinete Português de Leitura.

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Publicado

2023-11-13

Como Citar

Alves Monteiro de Castro, A., & Christine Costa Ferreira, N. . (2023). Que delícia de nação! A comunidade imaginada por Carlos Malheiro Dias no final do Oitocentos. Convergência Lusíada, 34(50), 193–216. https://doi.org/10.37508/rcl.2023.n50a530