O Brasil é português e não espanhol: confusões de prosódia

Autores

  • Carlos Reis

Palavras-chave:

Interculturalidade, Eça de Queirós

Resumo

A relação entre Portugal e o Brasil, nos planos cultural e especificamente linguístico, representa-se bem no diálogo de espelhos que reflectem imagens condicionadas por diversos factores: por preconceitos e por traumas, mas tam­bém por seduções e por fascínios. Em diversos momentos desse relacionamen­to, foram evidentes as atitudes ora de atracção, ora de rejeição, constituindo a língua (e também a literatura) um domínio privilegiado para observar a dinâ­mica de interacções de que aqui se fala. No tempo de Eça, a relação com o Brasil era afectada por juízos eurocêntricos, quando não mesmo por gestos sobranceiros; mas algumas décadas depois, um escritor como Vitorino Nemésio (na sua Revista de Portugal) e um movimento como o neo-realismo souberam encontrar no Brasil e na sua literatura focos de atracção incensamente projectados sobre a cultura e a literatura portuguesas. Por fim, a música e a poesia de Caetano Veloso celebram as seduções eróticas do idioma e o potencial de carnavalizada renovação linguística que as "confusões de prosódia" encerram.

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Publicado

2003-12-30

Como Citar

Reis, C. (2003). O Brasil é português e não espanhol: confusões de prosódia . Convergência Lusíada, 18(20), 44–60. Recuperado de https://convergencia.emnuvens.com.br/rcl/article/view/728