Entre Lobo e Cão - Drummond redescobre Sá de Miranda
Palavras-chave:
Carlos Drummond de Andrade, Sá de MirandaResumo
A primeira homenagem poética explícita ao poeta quinhentista, feita na poesia do século XX em língua portuguesa, está em Pedra Filosofal, de Jorge de Sena, de 1950, no poema "... De passarem aves", escrito, segundo a rubrica, "À memória de Sá de Miranda". Em Fidelidade, de 1956, há um outro poema com o mesmo título, "De passarem aves (II). Em 1951, Drummond faz outra referência explícita à poética mirandina, sendo seguido por outros poetas, como os irmãos Campos e Manuel Bandeira. Todos rendem homenagens poéticas a Sá de Miranda no início dos anos 50. Augusto Meyer escreve dois ensaios sobre o poeta antigo. Nos anos 70 e 80, os irmãos Campos continuam a citar Sá de Miranda como excelente poeta quinhentista, melhor do que Camões. 1 Em Portugal, na década de 70, Sá de Miranda é alvo de muitas citações poéticas: Gastão Cruz, Fiama, Luiza Neto Jorge, Ruy Belo, Diogo Pires Aurélio, Alexandre O'Neill, novamente Jorge de Sena, todos citam a obra mirandina, alguns influenciados pelo magistério de Pina Martins, professor de Ruy Belo. 2 Nos anos 90, no Brasil, dois poetas contemporâneos, Waly Salomão e Carlito Azevedo, continuam a releitura novecentista do vate quinhentista. Portanto, Sá de Miranda, relido ao longo do século XX, no Brasil e em Portugal, passa a fazer parte da lista de poetas que influenciaram os rumos da criação poética novecentista em língua portuguesa.
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