Dois modos de narrar a criança criminosa na literatura brasileira novecentista: Jorge Amado e Murilo Rubião
DOI:
https://doi.org/10.37508/rcl.2022.n47a478Palavras-chave:
Gótico, narrador, Jorge Amado, Murilo Rubião, criançasResumo
A partir de trabalhos críticos como os de Steven Bruhm (2006) e Robin Wood (2020), este artigo reflete sobre as relações entre a infância e o crime em obras novecentistas tributárias das poéticas negativas. Partimos da hipótese de que há dois modos de narração preponderantes: (i) narradores denunciadores, que evidenciam a monstruosidade infantil como uma consequência de problemas sociais; e (ii) narradores impassíveis, que, ao não oferecerem justificativas explícitas para a criminalidade infantil, tendem a apresentá-la como inata. Para ilustrarmos essas premissas, tomamos o romance Capitães da Areia (1937), de Jorge Amado, e o conto “A Casa do Girassol Vermelho” (1947), de Murilo Rubião.
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