A santa que levantou a saia e a bruxa da palavra: as vozes líricas da subversão em Hilda Hilst e Maria Teresa Horta
DOI:
https://doi.org/10.37508/rcl.2022.n48a507Palavras-chave:
Maria Teresa Horta, Hilda Hilst, subversão, corpo feminino, poesiaResumo
As poesias de Maria Teresa Horta e Hilda Hilst tocam-se em vários aspectos, entre os quais a subversão, consubstanciada por escolhas que remetem a um corpo feminino sujeito de seus desejos. Nelas, a palavra é instrumento dessa insurreição, que pode ser lida como manifestação de uma luta pelo direito a não permanecer em uma condição objetificada, submetida ao masculino. Este artigo parte desses pressupostos para discutir os poemas “Retrato de uma fidalga de Lisboa”, do livro Eu sou a Minha Poesia, de 2019, e “Fazer Amor Contigo”, que consta de Paixão (2021), ambos de Horta, e “I” e “II”, de Hilst, publicados em Da Poesia, de 2017. Para isso, o recorte teórico é o da crítica feminista, a fim de analisar as relações de subversão entre a figura feminina ocidental por excelência e as imagens criadas pelas poetisas.
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