Poética da Nação em Agostinho da Silva. Comunidades de discurso globalizadas e hermenêutica da literatura nacional.
Palavras-chave:
Identidades Nacionais, Comunidades Discursivas, Ibero-América, Políticas LiteráriasResumo
O presente texto pretende analisar a noção de comunidade que Agostinho da Silva elabora ao longo da sua obra, a partir da construção de uma "poética nacional". Perante um pensamento de tipo centrípeto, habitual em determinada crítica do filósofo, que tende a adjudicar-lhe um lugar no seio de uma filosofia nacional do Portugal contemporâneo, o que aqui vamos propor é que o seu conceito de nação não pode ser entendido numa perspectiva hegeliana, da existência de estados criadores de indivíduos e sustentados por uma história com maiúsculas (Hegel, 1988: 42-3 ), da mesma maneira que os seus trabalhos sobre a literatura ou a cultura portuguesa não se podem ler numa perspectiva que não seja a internacionalista, ou que o seu conceito de uma Ibéria transnacional não funciona num sentido peninsular. A nossa tese é a de uma progressiva perda de referencialidade geográfica nos conceitos históricos e identitários na obra de Agostinho em relação à sua tradição textual, que repercute numa maior abstracção significativa na sua linguagem e uma conseqüente extensão semântica dos seus termos. Neste processo, o trabalho de exegese e o diálogo intertextual com outros "poetas da nação" marcarão a deslocação da filosofia agostiniana. Por último, por trás da ampliação da base semântica da sua noção de identidade colectiva o que se abre é a possibilidade da sua universalização. Assim, a partir da sua exegese de Pessoa e de sua tradição interpretativa, Agostinho traça um projecto de imaginação de uma comunidade cidadã globalizada, multicultural e não eurocêntrica.
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