Enlaces e desenlaces entre mundo luso e mundo brasileiro na oratória sagrada do século XVII: Os sermões pregados por padre António de Sá, SJ, na Capela Real
Palavras-chave:
História das idéias, oratória sagradaResumo
Por meio da oratória sagrada construíram-se, no período colonial, modalidades de enlaces entre universo lusitano e brasileiro, tanto mais significativas ao considerarmos o valor da pregação enquanto poderoso instrumento de transmissão de valores religiosos, culturais e políticos, capaz de alcançar os grandes do reino bem como os longínquos moradores das mais remocas localidades.
O objcco dcsca pesquisa é a análise de alguns sermões pregados pelo padre jesuíta Antônio de Sá (1627-1678). O objetivo é evidenciar nestes documentos o "modelo sacramental" próprio da oratória sagrada dos séculos XVII e XVIII, apontado por vários autores como estrutura característica do sermão católico no período da Contra-reforma. Para a análise, utiliza-se o método de análise de conteúdo próprio da história cultural.
Sá era pregador régio e professor, natural do Rio de Janeiro, disdpulo e amigo de Padre Antônio Vieira. Proferiu vários sermões em diversas ocasiões junto à Corte lusitana, até receber a nomeação de pregador de Sua Majestade. Esta nomeação fora por ele recusada pois, como ele mesmo escreve ao Superior da Companhia, preferia ocupar-se nas missões junto aos índios do sertão da Bahia. O interesse e a dedicação pela realidade brasileira (afirmados por Antônio de Sá inclusive através desta decisão) e a exigência de tornar-se porta-voz dela junto ao mundo lusitano, refletem-se em sua atividade oratória, ampla e rica quase como a de seu mestre Vieira, que tanto admirara.
Dentre seus sermões, cm grande parte disponíveis no acervo de obras raras da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, escolhemos os pregados junco à corte. Nesses, afirma-se a concepção do reino como corpo do rei - analogamente à união mística entre Cristo e a Igreja - e repete-se em vários momentos a exortação a que o soberano conceba o Brasil como membro importante desce "corpo". Desse modo, evidencia-se o uso do modelo sacramental visando fundamentar na união eucarística a unidade entre o povo e o rei, por um lado, e a unidade entre o universo lusitano e o Brasil, por outro.
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