Viagens, paisagens, linguagens: as grandezas do efêmero nas crônicas saramaguianas
DOI:
https://doi.org/10.37508/rcl.2023.nEsp.a842Palavras-chave:
José Saramago, Crônica, Questionamento, ExperiênciaResumo
Na obra de José Saramago, há uma busca pela compreensão do mundo a partir do envolvimento do Homem com a Palavra. Nas crônicas, produzidas ao longo de oito anos (1968-1975), essa relação é explorada por diversos caminhos, uma vez que esse gênero oscila do cotidiano ao transcendental, do riso à melancolia, do sutil ao panfletário, tornando-se uma espécie de “laboratório de estilos” para o futuro Nobel. Dessa forma, as crônicas são um elemento fundamental na formação do escritor, construindo vários aspectos da persona saramaguiana. No trabalho ora apresentado, três eixos principais se estabelecem: a Viagem, a Paisagem e a Linguagem; e é a partir deles que se pode observar a composição do jogo literário saramaguiano. O primeiro apresenta José Saramago enquanto homo viator, isto é, como alguém em contínua busca por compreender a si mesmo, o tempo e o lugar em que vive. O segundo visualiza um campo que se amplia, e que engloba diversas perspectivas para o cronista não ser apenas mero observador do “espetáculo do mundo”. O terceiro, tendo a palavra como elemento central, mostra o cronista como um leitor da tradição e como um escritor questionador e irônico.
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