Regimes visuais do colecionismo orientalista e do fascínio sinófilo português em Macau
Abstract
Um exemplar do livro intitulado Notas sobre a arte chinesa, publicado pelo colecionador José Vicente Jorge em 1940 e reeditado em 1995 pelo Instituto Cultural de Macau, encontra-se no acervo do Real Gabinete Português de Leitura, o qual pretendemos explorar. Apontamos a obra de um colecionador como ponto de partida para a observação de seu papel como mediador linguístico e cultural. A escolha das obras que compõem seu catálogo de objetos artísticos fornece uma descrição cronológica da arte chinesa e das suas principais produções em cada dinastia.Ademais, analisaremos as obras de um pintor atuante em Macau na época em que Jorge escrevera suas Notas. Assim, veremos de que maneira a obra pictórica de Fausto Sampaio insere-se na tradição naturalista de pintura que, desde meados do século XIX, procura fixar em telas a diversidade dos costumes nacionais. Sampaio vem a ser testemunha ocular do Império ultramarino português. Estudaremos como suas imagens foram instrumentalizadas com fins políticos, desempenhando um papel na construção de uma identidade nacional continuamente evocada pela propaganda do Estado Novo.
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