Isabela Figueiredo : révolutionnaire ou réactionnaire ?
DOI :
https://doi.org/10.37508/rcl.2025.n54a1372Mots-clés :
Isabela Figueiredo, Colonialisme, Parentalité, SexualitéRésumé
Cet article propose une analyse critique de l'œuvre d'Isabela Figueiredo, explorant son refus d'être cataloguée comme révolutionnaire ou réactionnaire. S'appuyant sur ses romans Caderno de memórias coloniais (2009), A gorda (2016) et Um cão no meio do caminho (2022), l'article examine la manière dont l'auteure construit une littérature marquée par l'ambivalence et la mise en lumière des complexités de l'expérience humaine. Ses textes oscillent entre témoignage et autofiction, explorant des thèmes tels que la parentalité, la sexualité, le colonialisme et l'identité. L'analyse met en lumière la manière dont Figueiredo questionne l'« annulation » et défend la liberté créative de l'écrivaine, rejetant la censure imposée par les conventions morales. La sexualité féminine, élément central de sa littérature, est abordée de manière viscérale, défiant les tabous et dénonçant la répression imposée aux femmes, comme le souligne Paulina Chiziane dans sa préface à Caderno de memórias coloniais. L'article aborde également le rôle du corps dans le récit de l'auteure, qui le représente à la fois comme un espace de plaisir et de conflit. À travers une écriture franche et sans compromis, Isabela Figueiredo propose une réflexion profonde sur la condition humaine, refusant les simplifications et proposant une littérature qui remet en question les catégories figées. Son œuvre, au lieu d'apporter des réponses définitives, invite le lecteur à porter un regard plus critique et nuancé sur l'existence. L'auteure s'affirme ainsi comme l'une des voix les plus stimulantes de la littérature lusophone contemporaine.
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Références
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