Naturalização brasileira de Mariana Coelho: Estratégias Políticas e Subjetividades

Autores

  • Ana Cristina Comandulli da Cunha Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) / PLLB / CEC-FLUL
  • Júlia Santiago Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) / Real Gabinete Português de Leitura

DOI:

https://doi.org/10.37508/rcl.2023.n49a529

Palavras-chave:

Naturalização, Voto feminino, Estratégias Políticas, Subjetividade

Resumo

A educadora, intelectual e feminista portuguesa Mariana Teixeira Coelho se instalou no Brasil na década de 90 do século XIX e iniciou um proces­so para naturalizar-se brasileira em 1934, motivada pela necessidade de votar no país, graças ao Código Eleitoral de 1932. Tendo em vista que sua naturalização foi um fato pouco estudado pelos trabalhos sobre a autora precedentes, o presente artigo busca dar início às análises sobre tal docu­mento arquivístico. Portanto, trataremos dos processos e temporalidades que abarcam a luta pelo voto feminino no Brasil, dando destaque para a atuação de Coelho nesse contexto. E, a partir disso, certas questões serão feitas à fonte, tendo como base a forte relação afetiva que Mariana Coelho tinha com sua pátria natal, a sua influência no Brasil e o posicionamento internacional do feminismo brasileiro com a liderança de Bertha Lutz.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Cristina Comandulli da Cunha, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) / PLLB / CEC-FLUL

Doutora em Estudos de Literatura (Literatura comparada) pela Universidade Federal Fluminense - UFF - com tese sobre o escritor António Feliciano de Castilho e sua presença nas letras oitocentistas portuguesas: sociabilidade e difusão da escrita feminina. Integra o Pesquisas Literárias Luso-Brasileiras do Real Gabinete Portu­guês de Leitura, onde desenvolve pesquisa sobre a escritora oitocentista Maria Peregrina de Sousa. Participa atualmente do Projeto Senhoras do Almanaque do Grupo de Investigação do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas Europeias CLEPUL - Universidade de Lisboa e o Real Gabinete Português de Leitura. Investigadora Colaboradora do Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa - Portugal. Participa dos Projetos de Pesquisa Escritoras Portuguesas na imprensa periódica do Brasil: Laços Transatlânticos de ação (1890-1930) - UERJ, Rio de Janeiro - Brasil; Escritoras em Português - página CEC FLUL, Lisboa - Portugal; Portugueses de Papel - CLEPUL - Lisboa- Portugal.

Júlia Santiago, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) / Real Gabinete Português de Leitura

Graduanda em Licenciatura em História pela Uni­versidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Foi bolsista do projeto de pes­quisa “Escritoras Portuguesas e a Difusão Cultural na Colônia Imigrante”, fornecido pelo RGPL e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, entre os anos de 2021 e 2022. Tem interesse na área de História Contemporânea, com destaque para o estudo de nação e nacionalismo e seus diálogos com os conceitos de raça e modernidade.

Referências

ABUD, Katia Maria. Formação da alma e do caráter nacional: ensino de história na Era Vargas. Revista brasileira de História, [s. l.], v. 18, p. 103-114, 1998. DOI https://doi.org/10.1590/S0102- 01881998000200006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbh/i/1998. v18n36/#:~:text=Forma%C3%A7%C3%A3o%20da%20Alma%20 e%20do%20Car%C3%A1ter%20Nacional%3A%20Ensino%20de%20 Hist%C3%B3ria%20na%20Era%20Vargas. Acesso em: 1 ago. 2022.

ARQUIVO NACIONAL DO RIO DE JANEIRO. Processo de naturalização de Mariana Coelho. Disponível em: https://sian.an.gov.br/sianex/ consulta/Pesquisa_Livre_Painel_Resultado.asp?v_CodReferencia_ id=2342755&v_aba=1. Acesso em: 1 ago. 2022.

BUENO, Alexandra Padilha. Educação e participação política: a visão de formação feminina de Mariana Coelho (1893-1940). 2010. Tese mestrado (Mestrado em Educação) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010. Disponível em: http://www.ppge.ufpr.br/teses/M10_Alexandra%20 Padilha%20Boeno.pdf. Acesso em: 1 ago. 2022.

COELHO, Mariana. O Paraná Mental. Curitiba: [s. n.], 1908.

DA CRUZ, Eduardo; CASTRO, Andrea Monteiro de. A propaganda feminista luso-brasileira: as cartas de Ana de Castro Osório a Bertha Lutz. Navegações, v. 11, n. 2, p. 112-121, 20 fev. 2019. DOI: https://doi.org/10.15448/1983- 4276.2018.2.32139. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/ index.php/navegacoes/article/view/32139. Acesso em: 1 ago. 2022. DOI: https://doi.org/10.15448/1983-4276.2018.2.32139

DUARTE, Constância Lima. Mulher e escritura: produção letrada e emancipação feminina no Brasil. Pontos de Interrogação, [s. l.], v. 1, n. 1, p. 76-86, 7 nov. 2015. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index. php/pontosdeint/article/view/1431. Acesso em: 1 ago. 2022. DOI: https://doi.org/10.30620/p.i..v1i1.1431

ESTEVES, Natália Cabral dos Santos. Conquistas femininas durante o governo Vargas. In: História do futuro: ensino, pesquisa e divulgação científica, XIX Encontro de História Ampuh-Rio, 2020, Rio de Janeiro. Anais do XIX Encontro de História Ampuh-Rio, Rio de Janeiro: Anpuh- Rio, 2020. Disponível em: https://www.encontro2020.rj.anpuh.org/anais/ trabalhos/trabalhosaprovados#php2go_to. Acesso em: 1 ago. 2022.

FERMINO, Chrystiane Castellucci. As Mulheres nas Constituições e nos Códigos Civis Portugueses e Brasileiros dos sécs. XIX e XX. 2012. Tese mestrado (Mestrado em Estudos Feministas) - Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, [S. l.], 2012.

KAMITA, Rosana Cássia. Resgates e ressonâncias: Mariana Coelho. 2004. Tese de Doutoramento (Doutorado em Literatura) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. Disponível em: https://repositorio. ufsc.br/handle/123456789/87728. Acesso em: 1 ago. 2022.

KARAWEJCZYK, Mônica. Breves considerações sobre a conquista do voto feminino no Brasil. Veredas da História, [s. l.], v. 3, n. 1, 6 ago. 2010. DOI: https://doi.org/10.9771/rvh.v3i1.48903. Disponível em: https://periodicos. ufba.br/index.php/rvh/article/view/48903. Acesso em: 1 ago. 2022. DOI: https://doi.org/10.9771/rvh.v3i1.48903

KARAWEJCZYK, Mônica. O Feminismo em Boa Marcha no Brasil! Bertha Lutz e a Conferência pelo Progresso Feminino. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 26, n. 2, 13 de ago. 2018. DOI: https://doi. org/10.1590/%25x. Disponível emhttps://periodicos.ufsc.br/index.php/ ref/article/view/49845. Acesso em: 1 ago. 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9584-2018v26n249845

SUPERIOR TRIBUNAL FEDERAL. Eleições anteriores. Tribunal Superior Eleitoral, Brasília/DF, [202-?]. Disponível em: https://www.tse.jus.br/ eleicoes/eleicoes-anteriores/eleicoes-anteriores#2. Acesso em: 1 ago. 2022.

TOMÉ, Dyeinne Cristina. Mariana Coelho e a educação das mulheres: uma escritora feminista no campo intelectual (1893-1940). 2020. Tese de Doutorado (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR, 2020. Disponível em: http://bdtd.ibict.br/ vufind/Record/UEPG_531cc69678b93e54eddcad003a079718. Acesso em: 1 ago. 2022.

Downloads

Publicado

2023-06-29

Como Citar

Comandulli da Cunha, A. C., & Santiago, J. . (2023). Naturalização brasileira de Mariana Coelho: Estratégias Políticas e Subjetividades. Convergência Lusíada, 34(49), 164–190. https://doi.org/10.37508/rcl.2023.n49a529